O frio está chegando

Saiba como ajudar quem enfrenta dias gelados sem agasalhos em Santa Maria

Mariana Fontana

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Chegou o tempo do casaco pesado, dos cachecóis de lã, do chá quentinho e da sopa. O inverno, estação mais fria do ano, começa oficialmente neste domingo. E, com ele, os dias frios que demoraram a chegar — no início deste mês, o calor ainda deu o ar da graça. A temperatura mais baixa desde o início de 2015 em Santa Maria foi registrada na manhã de sexta-feira: às 7h20min, fez 1,3°C.

A previsão para os três meses dessa estação não é tão assustadora quanto ao frio — as temperaturas serão até mais amenas do que já estamos acostumados. Já a chuva deve ser mais intensa do que o normal.

De acordo com a professora do grupo de pesquisa em clima da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Nathalie Boiaski, o frio menos intenso e as chuvas em volume significativo são resultados da influência do fenômeno El Niño, o que também aconteceu no ano passado. Segundo Nathalie, as temperaturas médias devem ficar com mínimas em 8ºC e máximas chegando a 16ºC:

— Isso não quer dizer que não teremos ondas de frio, como a da última semana. Teremos dias excepcionais, considerando os três meses, mas nada de temperaturas negativas constantes. E a chuva deve superar os 300mm que são esperados para os três meses.

O que a entrada desse inverno tem de diferente dos outros anos é o atraso nas temperaturas mais baixas que antecedem a estação. De acordo com Vagner Anabor, professor do curso de Metereologia da UFSM, neste ano, tivemos bloqueios atmosféricos no ambiente que desviaram as frentes frias que chegavam ao Estado, prolongando a época de dias quentes.

— Esses sistema de bloqueios são comuns. As massas de ar ficam estacionárias, alterando o comportamento do tempo em determinada região, como foi o caso da nossa cidade nessa transição do outuno para o inverno. Normalmente, em maio, já temos incursões de ar frio chegando — afirma o professor.

Ainda segundo Anabor, Santa Maria está numa condição de vale e em uma área de arroz irrigado, o que faz com que as temperaturas demorem a mudar.

Essa alteração nas temperaturas tem afetado também as produções agrícolas. De acordo com o assistente técnico regional da Emater, Alfredo Schons, algumas pragas, como as mariposas e as lagartas, continuam atingindo as plantações, pois é com as temperaturas negativas que a população desses animais se reduz.

— Quanto antes as temperaturas começarem a cair, antes iremos reduzir essas pragas. Ainda não tivemos perdas, mas os produtores precisam controlar as plantações e aplicar produtos por mais tempo, o que acaba gerando gastos — afirma Schons.

Uma ajuda e tanto para quem precisa

Para muitas famílias pobres, cozinhas comunitárias são a solução. Em Santa Maria, são oito. Na Vila Lorenzi, a cozinha funciona desde 2012 e 32 famílias são cadastradas. Oito voluntárias trabalham no preparo das refeições. A cozinha oferece cerca de 250 almoços semanais, às terças e quartas-feiras.



Alimentos básicos como arroz, feijão, legumes e verduras são entregues pela prefeitura. Mas os almoços não se resumem a um prato simples. Pelo contrário. Quem vai até lá têm à disposição um cardápio bastante variado: além dos itens básicos e de duas a três variedades de saladas, também há massas, carnes e abóbora, entre outros alimentos.

Famílias pobres de Santa Maria encontram nas doações uma saída para enfrentar o frio

Mas mesmo aqueles que querem ajudar e dedicam parte de sua vida a isso dependem da generosidade de outras pessoas. É o caso da responsável pela cozinha, Zilda Cichero Farias, 56 anos. Segundo ela, apesar da ajuda d"

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